[Apresentação do episódio]
Paulo: Olá! Eu sou Paulo e este é o terceiro episódio do programa! Como o número três é meu favorito, hoje não falaremos diretamente da situação no Brasil, mas como é o caso no Peru. E o tema de hoje é sobre… tradutores e intérpretes! Um tema muito complexo, então vamos começar imediatamente.
[Bate-papo]
Paulo: Bom, nesta ocasião vai ser Pablo quem seja o entrevistado, porque já falamos muito do Brasil e tenho curiosidade de como é ser tradutor profissional no Peru em comparação com o Brasil. Olá Pablo, pode começar.
Pablo: Ótimo! Bom, ainda não tenho muita experiência profissional como tradutor, é uma profissão difícil que requer de muito conhecimento, e não só é difícil no Peru, é complexa em qualquer país do mundo.
Paulo: Exato! Mesmo assim, gostaria de falar mais sobre qual é a perceptiva que as pessoas têm de um tradutor ou intérprete no seu país?
Pablo: Claro! Ser tradutor ou intérprete no Peru é ser chamado de “o mundo não precisa de tradutores, já existe Google Translator”, “traduzir é simples” ou que as pessoas perguntem coisas como “quantas línguas você fala?”, “pode dizer algo em inglês?”. Então, é um problema que ainda existe, a tradução não é considerada uma profissão como tal, e pode confirmar isso com as poucas instituições universitárias que têm a carreira de “Tradução e Interpretação” no seu plano curricular.
Paulo: Talvez eu esteja falando uma mentira, mas acho que no Brasil isso não é tão comum agora haha. Existem algumas instituições respeitadas internacionalmente como a Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes (ABRATES) que, além de fortalecer o mercado de tradução e interpretação, certificam aos melhores tradutores do país.
Pablo: No Peru também há associações de tradutores e intérpretes, mas nem assim somos conhecidos haha, muitas pessoas nem sabem que temos que estudar numa universidade para poder trabalhar profissionalmente, talvez seja porque a carreira não é muito comercializada na TV ou nas redes sociais. Eu certamente li há uns anos atrás sobre a situação desta profissão no jornal “Andina”, onde se mencionava que esta é uma profissão em crescimento, os tradutores geralmente são autônomos, e que eles mesmo deveriam dar a conhecer seu trabalho.
Paulo: É mais ou menos como disse o presidente da ABRATES, Ricardo Souza, “a tradução é uma atividade natural, traduzimos desde que nascemos, mas a diferença entre um tradutor profissional e um tradutor sem nenhuma formação é que o tradutor profissional se preparou, treinou, para conseguir seus objetivos”. Por isso, é algo que não pode fazer uma pessoa que somente é bilingue, traduzir requer de paciência, de ser um bom pesquisador, ler muito e interessar-se por temas que nem gosta muito porque não sempre vai traduzir sobre o que lhe apaixona, menos quando está começando.
Pablo: Amei, boa clarificação. Agora, falando mais sobre os intérpretes, considero que são mais reconhecidos e necessários nas reuniões de negócios ou situações que requeiram ajuda imediata, tipo numa conferência, em assuntos políticos, ou em assuntos sociais com as comunidades nativas do Peru, os intérpretes de línguas nativas como o quéchua, aimará, ashaninka ou outras línguas da Amazônia peruana são bem remuneradas na atualidade.
Paulo: Sério? Eu não sabia disso, interessante.
Pablo: Sim, pode confirmar isso simplesmente prestando atenção às publicações do governo sobre vagas para tradutores e intérpretes de línguas nativas do país, há muita demanda.
Paulo: Você sabe quais são as traduções com mais demanda no Peru? Talvez seja a jurídica, ou sobre engenharia, médica, financeira, tecnologia, publicidade, ou alguma outra.
Pablo: Mm, não estou cem por cento seguro. Segundo María Pizarro Sabogal, uma tradutora e intérprete profissional, as traduções de inglês para espanhol e vice-versa são as mais demandadas com certeza, mas não são bem remuneradas porque existem muitos tradutores que trabalham com estas línguas. Também temos que ter em conta o tipo de tradução, se é oficial ou não, se é jurada o talvez só uma tradução simples; as línguas mais frequentes são inglês, português, francês e alemão. E, respondendo sua pergunta, a área legal é a mais demandada, mas acho que não é muita a diferença com outras áreas como a técnica, a médica, a financeira ou as de comércio exterior.
Paulo: Muito interessante, não é muita diferença com o mercado brasileiro.
Pablo: Bom, se eu já resolvi todas as suas dúvidas, pomos concluir o episódio de hoje.
Paulo: Sim, muito obrigado pela informação. Eu estimo que tanto o mercado peruano como o brasileiro vão se desenvolver rapidamente com a ajuda da globalização e a internet, são ferramentas que nós temos que aproveitar ao máximo.
Pablo: Sem dúvida! A gente tem que começar a valorar o seu próprio trabalho para que as demais pessoas também apreciem isso e saibam a importância e a dificuldade do processo de tradução que se realiza no mundo inteiro.
Paulo: Foi um prazer ser o anfitrião por primeira vez no programa, é um honor e espero que tenha gostado muito. Até!
Pablo: Sim, gente, até o próximo episódio e obrigado por escutar.
[Fim]